Valdeck Almeida de Jesus
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Shopping de Salvador é invadido por traficantes de palavras

O arrastão de poesia transforma clientes em reféns em plena noite de sábado (13 de junho de 2015)

Os poetas marginais do bairro Sussuarana, na capital da Bahia, causam um tumulto do bem num dos maiores shopping centers da cidade, o que deixou clientes e frequentadores indignados por causa do pouco tempo destinado à poesia. Formado por jovens e adolescentes da periferia de Salvador, os traficantes de palavras, meliantes das rimas, estavam fortemente armados até os dentes com frases agressivas contra o preconceito, racismo, homofobia e discriminação social.

Tudo premeditado. O grupo não estava sozinho nessa ação literária. Com eles foram identificados os comparsas Fala Escritor e Galinha Pulando, compostos de homens e mulheres que ainda acreditam no poder da arte e da poesia. Segundo uma testemunha que não quis se identificar, um dos poetas gritava “Tudo Nosso, Nada Deles”, enquanto outra mocinha, que aparentava pouco mais de dezoito anos, dizia, em tom de ameaça: “Não viemos roubar a cena, queremos o filme inteiro”. Eles não respeitam limites, já invadiram até igrejas com esta mesma ação, para dominar tudo. De acordo com informações de pessoas que já presenciaram outras agressões desse grupo, ao final, eles ainda repetem, em coro, “Nossa poesia é para agredir burguês, é para incomodar” e, ainda, “Você não vai sair daqui do mesmo jeito que entrou”.

Contrariando as estatísticas, o coletivo amplia seus raios de influências, e hoje tem tentáculos na Colômbia, Suíça e outros países europeus, para onde enviam seus produtos contrabandeados: palavras, rimas de quebradas, versos soltos e produtos literários, através dos quais cooptam outros jovens para o trabalho sujo de limpar mentes e corações contaminados pelo capitalismo. Muita gente já foi aliciada pelos mandantes, mas não se sabe ao certo em quantos lugares eles atuam, pois o coletivo se multiplica em várias ações simultâneas, com o claro objetivo de dificultar a perseguição e captura. Mas já se tem informações fornecidas por olheiros e informantes. Alguns desses poetas se encontram em lugar secreto para realizarem verdadeiras batalhas de poesia, conhecidas como SLAM’s, o que fazem com requinte de organização. Eles não respeitam limites nem regras, chegando ao ponto de, num dos poemas, declarar, sem pudor: “quer ser perigoso, amigo, vá ler um livro”.
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 08/06/2015
Alterado em 08/06/2015
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